quarta-feira, 29 de junho de 2016

Medalhas reveladas, sorteio à vista e ingresos chegando!



Estamos a pouco mais de 30 dias da abertura das Olímpiadas Rio 2016. A uma altura dessas, a ansiedade toma conta de todos os envolvidos no evento: organização, jornalistas, torcedores e, claro, atletas e suas comissões técnicas.

Thomas Bach, presidente do COI, esperava que o slogan fosse uma mensagem de engajamento para as próximas gerações - e foi atendido. O slogan Rio 2016
Medalhas Olímpicas em cima e Paralímpicas na sequência [1]
 
Para amenizar (ou aumentar ainda mais) a ansiedade, temos várias coisas acontecendo relacionadas aos Jogos.

Primeiro, vale destacar que o objeto de desejo de 10 entre 10 atletas olímpicos teve suas formas reveladas: finalmente, conhecemos as medalhas olímpicas. Junto com elas, também foram revelados detalhes da cerimônia de entrega delas, tais como uniformes das pessoas que vão participar, o pódio e o que acompanhará as medalhas. As medalhas possuem um visual bem clean, mas já batem o recorde de mais pesadas (500 gramas). Outro destaque é a preocupação com o meio ambiente, que também norteou a adoção do slogan olímpico de “Um novo mundo”. O pódio terá detalhes naturais e depois vai ser reutilizado para fabricação de móveis. As flores, muitas vezes descartadas, darão lugar a uma escultura tridimensional da logomarca dos Jogos. Até mesmo as medalhas foram produzidas com material reciclado.

Além disso, no que toca especialmente ao vôlei de praia, tivemos o preenchimento de mais algumas vagas para as Olimpíadas, restando apenas 2 para cada naipe, a serem ocupadas no próximo dia 10. As “penúltimas” vagas saíram de torneios continentais, juntando-se às já conquistadas pelo ranking, pelo país-sede e pelo campeonato mundial de 2015. Para quem tiver interesse, eis aqui. A FIVB ainda não coloca o nome dos times propriamente ditos, mas sim o dos países, porque a vaga pertence às confederações nacionais.

No próximo dia 9, durante a realização do penúltimo campeonato válido pelo Circuito Mundial antes das Olimpíadas, em Gstaad, na Suíça, será realizado o sorteio do vôlei de praia. Mais um momento muito esperado nesses dias que antecedem os Jogos!

Por fim, os torcedores começaram a receber em casa os ingressos comprados com opção de recebimento pelos correios na primeira leva! Eles estão sendo entregues por Sedex e há relatos de várias pessoas que já os receberam! Quem optou por essa forma de recebimento, recebe ingressos comemorativos e personalizados com o pictograma da modalidade.

Enquanto isso, outros aspectos continuam incógnitos e só devem ser revelados muito próximo à abertura ou mesmo durante ela, tais como quais serão as atrações da cerimônia inaugural ou quem serão o porta-bandeira do Brasil e o(s) último(s) condutor(es) da chama olímpica, a quem caberá a honra de acender a pira no Maracanã no dia 5 de agosto de 2016.

Continuamos na expectativa, na torcida e segurando a ansiedade, que só cresce a cada dia! Vem, Rio 2016!

[1] https://www.rio2016.com/noticias/rio-2016-apresenta-as-medalhas-dos-jogos-olimpicos-e-paralimpicos

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Os comentaristas quadrienais

O jingle que embala há anos a campanha da Seleção Brasileira de Futebol na maior emissora do Brasil dá o tom do post de hoje. A famosa musiquinha fala que “na torcida são milhões de treinadores” e que “cada um já escalou a Seleção”.

Projeto da Arena Olímpica Rio 2016*
Pois bem, estamos a poucos dias do início das Olimpíadas, e, em que pese, como já falamos em outra oportunidade, os Jogos não terem tanto apelo popular quanto a Copa do Mundo, eis que, com a aproximação do evento, as pessoas pouco a pouco começam a se envolver no clima olímpico.

Evidentemente, este envolvimento é super bem-vindo e deve ser mesmo incentivado, mas, com ele, também vem seu efeito negativo: os comentaristas ocasionais olímpicos ou “comentaristas de 4 em 4 anos” ou “comentarias quadrienais”.

Defino. Todo mundo que passou os últimos 4 anos sem sequer ler uma notícia sobre os esportes olímpicos ou assistir a um evento esportivo, quer ao vivo, quer pela televisão, começa a “entender” tudo sobre aquele esporte e, o mais grave, muitas vezes para julgar os atletas que lá estão apenas pelo resultado imediato da competição, esquecendo os feitos que tiveram durante todo o ciclo olímpico.

Sim, é verdade que, para a maioria dos esportes, a Olimpíada é o evento mais importante de todos, mas não deixa de ser mais um torneio, apto a somar na carreira dos atletas, mas nunca a diminuir seu currículo.

É como se a chegada dos Jogos transformasse instantaneamente todos os habitantes do País em especialistas nas mais diversas modalidades olímpicas, desde as mais populares no Brasil, até as menos comuns. Creio, inclusive, que o fenômeno será agravado pelas redes sociais, já que essas devem ser as Olimpíadas mais conectadas da história.

Assim, nesses dias que faltam para que as Olimpíadas comecem, vamos nos contagiar sim pelo espírito olímpico, mas vamos procurar nos informar sobre quem serão nossos representantes, o que eles construíram nos anos que antecederam os Jogos Rio 2016, mas, mais do que isso, o que têm feito ao longo de sua carreira como um todo, quem são seus maiores adversários, como eles chegam igualmente para a competição.

Não é também porque somos o País-sede que isso nos credenciará como favoritos em todas as modalidades. Temos sim esportes em que somos mais cotados e outros nem tanto, como seria se as Olimpíadas fossem em qualquer lugar do mundo. Recordemos, porém, que favoritismo não entra em quadra, em campo, em tatame, em tablado, em pista...

Além disso, vamos respeitar todos os que ali estão. Como li num texto interessante do Fábio Porchat (leia aqui), nossos atletas não têm culpa da situação em que o País se encontra e estão lá para fazerem o seu melhor, para o que se prepararam durante anos.


Então, tornemos o fato de os Jogos serem no Brasil não como um fator negativo para nossos atletas, com pressão excessiva, mas sim como uma vantagem de termos uma torcida participativa e que não apoia só nos bons momentos, mas que dá a força extra no momento de dificuldade.

*http://s2.glbimg.com/BB9Zz9sOPZ45FbKwNb50aGT6dog=/43x0:1104x722/690x470/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2015/01/28/arena_copa.jpg

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Guto: o garoto que voa alto

Guto é um dos mais fortes nomes da nova geração do vôlei de praia brasileiro. Com pouco tempo de carreira, já se destaca no cenário internacional, tendo conquistado duas medalhas no Circuito Mundial, uma delas de ouro, ao vencer o Open de Cincinnati, nos EUA, algumas semanas atrás.

Guto no Sofia nos Jogos

Jogando com Saimon e sob o comando da laureada técnica Letícia Pessoa, seu nome começa a ser apontado como um dos que pode representar o Brasil em Tóquio 2020, o que, para ele, não é motivo de deslumbramento, mas de mais dedicação e empenho.

Nessa entrevista, o Superboy, apelido dado pela equipe de animação do Circuito Brasileiro, muito por causa dos seus voos espetaculares para realizar defesas, ele falou conosco sobre suas memórias e expectativas olímpicas!

1.       Qual sua lembrança mais antiga de Olimpíadas?
Final feminina do vôlei de praia nas Olimpíadas de 1996... Jackie e Sandra. Não me pergunte como me lembro disso, porque realmente não sei! Mas é uma lembrança muito marcante para mim!

Guto no pódio da Etapa de Fortaleza 2016

2.       Qual(is) o(s) momento(s) olímpico(s) mais marcante(s) para você como espectador?
Olimpíadas de Atenas em 2004. Maratona. Vanderlei Cordeiro de Lima. Eu tinha só 11 anos e ainda não tinha dimensão de todo trabalho envolvido por trás de um atleta olímpico, mas, ver um atleta, ainda mais brasileiro, que estava liderando a prova, ser literalmente boicotado por um fator externo, foi muito triste. E aí, quando achava que tinha visto tudo, vi o Vanderlei seguir sorrindo, vindo comemorando pela medalha conquistada. Ele podia estar triste, lamentando, se justificando, afinal, o ouro foi tirado das mãos dele, mas preferiu comemorar a medalha de bronze e enaltecer o apoio da torcida. Naquele dia, ele deu uma grande lição como atleta e como pessoa! 

3.       Quem são seus ídolos olímpicos/esportivos, independentemente da modalidade e por quê?
Emanuel. Sem dúvida nenhuma. Já era fã dele, depois que o conheci pessoalmente, que tive a oportunidade de conviver e treinar com ele, fiquei mais fã ainda! Uma pessoa sensacional, humilde, educada. Um atleta exemplar, focado, determinado. É minha grande inspiração. 

Guto em ação no Superpraia 2016, em João Pessoa

4.       Quando você vê as Olimpíadas na TV, se imagina fazendo parte delas?
      Claro!!! Esse é o meu maior objetivo. Acho que tenho isso em mente desde que comecei a jogar vôlei. Acredito que é a coroação de todo um trabalho, tanto para o atleta, quanto para todos os envolvidos: comissão técnica, família, amigos. 

5.       Como você vai acompanhar os Jogos Rio 2016? Tem ingressos?
Por enquanto, vou ter que assistir pela TV... Acho que consegui ser o mais azarado no quesito ingressos nas Olimpíadas! Me inscrevi no sorteio para várias modalidades, em várias fases diferentes, mas não fui sorteado para nenhum jogo! (rs) Estou aceitando doações! Bem, estou tentando ver o lado positivo de não ter sido sorteado... Dizem que azar no jogo, sorte no amor! Assim espero! 

6.       Como você se sente vendo seu nome cogitado como forte no novo ciclo olímpico? É cedo para pensar sobre isso?
      É muito gratificante, porque não deixa de ser um reconhecimento do meu trabalho, mas tenho os pés no chão e sei que tenho uma longa caminhada pela frente. O próximo ciclo olímpico começa, teoricamente, quando terminarem as Olimpíadas do Rio, mas, para mim, já começou. Estou completamente focado nas Olimpíadas de 2020, no trabalho a curto, médio e longo prazo a ser desenvolvido.  Tenho minhas metas muito bem definidas. Não vai ser fácil. A vida de atleta em si não é fácil. Temos que abdicar de muitas coisas, mas nada que me faça desistir desse sonho! Vou continuar trabalhando muito duro em busca dessa vaga e, graças a Deus, conto com todo suporte da minha comissão técnica, da minha namorada, meus familiares, amigos e torcedores. 


Sofia nos Jogos e Guto, no Open Rio 2015, quando ele faturou a medalha de bronze

 É isso, os Jogos Rio 2016 se aproximam e vamos torcer pelos nossos atletas brasileiros queridos, e, em 2020, é possível que seja pelo Guto nossa torcida!

Fotos: Arquivo Pessoal do Blog

terça-feira, 7 de junho de 2016

EU CONDUZI A TOCHA OLÍMPICA!





Ainda estou sob o impacto da emoção de ter conduzido a chama olímpica!

Sofia nos Jogos carregando a Tocha Olímpica em Fortaleza

Foi tudo muito perfeito e organizado, um verdadeiro sonho!

É muito emocionante entre 12 mil pessoas no Brasil, 173 em Fortaleza, eu ser uma delas!

Ter a mesma honra que ídolos esportivos meus tiveram, como Giovane, Alison, Bruno, Fabiana, Shelda e tantos outros. A mesma chama que Maria da Penha, uma cearense reconhecida internacionalmente pela sua história de luta, vai carregar também. 

A mesma chama acesa lá na Grécia esteve em minhas mãos e percorreu as ruas da minha cidade, numa enorme festa popular.



O momento mágico do beijo da Tocha Olímpica


Pude sentir o carinho das pessoas nas ruas, várias crianças, tirei inúmeras fotos, falei da tocha para eles, me senti disseminando o espírito olímpico e senti que, por um momento, todos estavam na mesma sintonia!

Eu vibrei o percurso inteiro, comemorei, gritei! Consegui não chorar, que era uma das minhas metas, mas posso dizer que vivi! Agora, mais do que nunca, me sinto parte dos Jogos Rio 2016 e a verdade é que tudo está apenas começando!

Mal posso esperar para ver o acendimento da pira no dia 5 de agosto, na minha primeira vez no mítico Maracanã, e saber que, por alguns metros, eu ajudei a chama a chegar lá!


Eu e alguns dos meus colegas Condutores

Vamos viver um período de trégua, vamos nos deixar contaminar pelo espírito olímpico, vamos acreditar nos nossos sonhos e vamos correr atrás deles, porque com fé e força somos capazes de alcançá-los!