quarta-feira, 27 de abril de 2016

Larissa: nascida para o esporte




Como prometido, iniciaremos hoje nossa série especialíssima com algumas personalidades esportivas e/ou olímpicas dividindo com vocês alguns momentos de torcedores e, para começar, temos ninguém menos do que LARISSA!

Larissa no Sofia nos Jogos
Larissa França, The Magic Woman, é a melhor jogadora do mundo na atualidade e esta não é só uma opinião minha: a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) assim a reconheceu no ano passado. Ela já superou a marca de 1000 vitórias e é uma colecionadora de recordes e de títulos. Para citar, resumidamente, os mais importantes, ela é octacampeã brasileira, heptacampeã do Circuito Mundial, campeã mundial, bicampeã pan-americana e medalhista olímpica de bronze.

Ela esteve nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos, com Ana Paula e Juliana, respectivamente (Pequim 2008 e Londres 2012), tendo conquistado a medalha de bronze nesta última. Junto com Talita, foi a primeira dupla brasileira de vôlei de praia a conquistar a vaga para o Rio 2016.

A dupla Larissa e Talita foi formada em meados de 2014, depois de Larissa ter tirado um período sabático no fim de 2012, e conquistou um recorde de 61 vitórias consecutivas, além do bicampeonato brasileiro.

Como vocês já devem ter percebido, Larissa é também um dos meus ícones do vôlei de praia e, para mim, uma das personalidades mais inspiradoras do esporte. Admiro a personalidade da Larissa, seu jeito aguerrido e perfeccionista dentro de quadra e sua busca incessante pela perfeição no seu trabalho.

Larissa saudando o público cearense que tanto a reverencia

Durante a Etapa Open de Fortaleza, etapa em que Larissa joga em casa, visto que aqui reside há mais de 15 anos, e em que confirmou seu título de octacampeã brasileira (foram seis anteriormente, sendo cinco com Juliana e um com Vivian), tive a oportunidade de bater um papo descontraído com ela. 

Na entrevista que vocês lerão a seguir, Larissa fala sobre sua infância, revelando que o esporte sempre acompanhou sua trajetória, bem como demonstra gratidão por aqueles que a ajudaram no início, atitude digna de uma campeã, além, é claro, de dividir algumas memórias e expectativas olímpicas!

1.       O que você se lembra da sua relação com o esporte na infância?
Na infância, eu costumava brincar na rua. Sempre gostei muito de jogar e sempre joguei tudo quanto era esporte! Não jogava só vôlei: jogava vôlei, basquete, handebol, futebol, praticava atletismo, tudo o que tivesse eu jogava! Desde pequenininha que eu acordava 5:30h da manhã, pegava minha bicicletinha, jogava de 6 às 8h vôlei,  de 8 às 10h basquete, de 10 ao meio-dia handebol, 12:20h passava em casa, almoçava, ia pra escola, depois de lá, voltava para a quadra. Quando eu fiz 15 anos, fui morar em Belém e jogar vôlei de quadra. A partir daí, tive mais momentos de disciplina, de estar no meio do esporte, um pouquinho mais profissional, mas ainda era amador. 

2.       De quem você se lembra nesse início?
Tenho momentos muito especiais deste início, como o cara que me ajudou nessa época, o Lindon Johnson, depois teve o Jânio, um cara super especial, que eu conheci em Belém, que me colocou realmente no vôlei, depois, chegando em Fortaleza, teve primeiro o Wesley, depois o Reis e o Oliveira e, mais importante do que estar jogando e do que os títulos que a gente conquista, são essas coisas fora, que as vezes as pessoas não sabem. Pessoas importantes que fazem com que hoje eu seja quem eu sou. Além deles, minha mãe, meu pai. Se não fosse minha mãe, eu não estaria aqui. Minha mãe sempre me apoiou muito.

3.       Quando você via as Olimpíadas na TV, você se imaginava fazendo parte delas?
Ah, sempre sonhei! Sempre quis! Eu acho que é o sonho de qualquer atleta. Eu acho que eu nasci para o esporte! Eu tinha que ser jogadora de alguma coisa, não sabia de que, mas eu tinha que ser! Eu gostava de tudo quanto era esporte! Assistia a tudo o que tinha na televisão, quando eu tinha tempo, porque passava o dia na rua praticando esportes.

4.       Você já esteve em duas Olimpíadas e está prestes a participar da sua terceira, mas, antes disso, quando você ainda era apenas uma torcedora, qual sua lembrança olímpica mais antiga?
Acho que da Jackie e da Sandra ali conquistando o ouro, foi bem no início [Atlanta 1996]. Eu era novinha, tinha 12 anos. Acho que todo mundo assistiu a esse jogo, porque foi Brasil contra Brasil e a chamada foi bem assim emocionante. Era um momento especial que o Brasil estava vivendo também de poder conquistar a medalha pela primeira vez. A primeira medalha é sempre especial e eu achei muito bacana e fiquei muito feliz por causa disso. 2004 [Atenas] também foi bem presente, eu já era profissional, a gente [Larissa jogava com Juliana na época] quase se classificou, foi por muito pouco, fomos vice-campeãs mundiais naquele ano. Lembro-me do Ricardo e do Emanuel ganhando o ouro.

5.       Um momento olímpico especial seu?
Teve Londres. A medalha que eu ganhei foi bem especial. Só quem joga uma Olimpíada sabe o que é estar em uma Olimpíada. Apesar de ter várias conquistas, vários títulos do Circuito Mundial [Larissa tem sete no total], mas Olimpíada é especial.

Larissa e Juliana na conquista da medalha de bronze em Londres 2012 [1]
6.       Quais são seus ídolos olímpicos/esportivos, independentemente da modalidade?
Ayrton Senna, que é uma referência para todo mundo. Shelda: sempre me espelhei muito nela e acho ela uma guerreira mesmo e, no esporte, se você não for assim, você não consegue, então a Shelda foi um exemplo muito importante para minha carreira. Gosto do Michael Jordan, campeoníssimo, e da Ronda Rousey. Eu acho que a gente tem que se espelhar no que é bom, nas pessoas que são campeãs.

7.       Quando você está participando das Olimpíadas, consegue assistir a alguma competição?
É muito difícil enquanto estamos competindo, porque tem que se concentrar, é tudo muito distante e a gente tem que pensar no nosso, é muita coisa para estudar, para analisar, muitos vídeos, treinar, descansar, então não dá. Agora, depois que acaba, se ainda tiver alguma coisa, dá para ver! Em Pequim, eu fui assistir ao polo, à ginástica, ao vôlei de quadra, foi bacana!

8.       Qual sua expectativa para o Rio 2016?
Vai ser uma festa muito bonita, vai ser muito bom! As expectativas são as melhores possíveis! Poder contar com o apoio da torcida, da família, dos amigos... Jogar uma Olimpíada dentro de casa é um privilégio que a nossa geração está passando. O sonho de qualquer atleta é jogar uma Olimpíada, uma Olimpíada dentro de casa... vai ser especial! A gente está treinando para isso, se preparando para fazer bonito e dar alegria para o povo brasileiro, para o nosso time, para os fãs e para todo mundo que gosta da Larissa e da Talita!

Eu e Larissa

Enfim, desde já, estamos na torcida para que a Larissa, junto com a Talita, represente muito bem nosso país e, como ela mesma falou, possa trazer alegria para nosso povo!

[1] http://imguol.com/2012/08/08/larissa-e-juliana-beijam-a-medalha-de-bronze-conquistada-nos-jogos-olimpicos-de-londres-1344463424383_1024x768.jpg

* Demais fotos: arquivo pessoal Sofia nos Jogos







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